31 de mai. de 2010

No Céu agora mesmo


Ali estava eu, incógnito, um ministro protestante à paisana, esgueirando-me nos fundos de uma capela em Milwaukee para participar pela primeira vez da missa. A curiosidade me arrastara até lá e eu ainda não tinha certeza de que fosse uma curiosidade saudável.
Ao estudar os escritos dos primeiros cristãos, encontrei inúmeras referências à "liturgia", à "Eucaristia", ao "sacrifício". Para aqueles primeiros cristãos, separada do acontecimento que os católicos de hoje denominam "missa", a Bíblia - o livro que eu mais amava - era incompreensível.
Eu queria entender os cristãos primeiros, mas não tinha nenhuma experiência de liturgia. Por isso, persuadi a mim mesmo a ir ver, como uma espécie de exercício acadêmico, mas jurando o tempo todo que não ia me ajoelhar nem participar de idolatria.
Sentei-me na obscuridade, em um banco bem no fundo daquela capela no subsolo. À minha frente havia um número considerável de fiés, homens e mulheres de todas as idades.
Impressionaram-me suas reflexões e sua evidente concentração na oração. Então um sino soou e todos se levantaram quando o padre surgiu de uma porta ao lado do altar.
Hesitante, permaneci sentado. Durante anos como calvinista evangélico, fui instruído para acreditar que a missa era o maior sacrilégio que alguém poderia cometer. Tinha aprendido que a missa era um ritual com o propósito de "sacrificar Jesus Cristo outra vez". Por isso, eu seria um espectador, ficaria sentado, com a Bíblia aberta ao meu lado.


Impregnado da Escritura
Entretanto à medida que a missa prosseguia, alguma coisa me tocou. A Bíblia não estava só ao meu lado. Estava diante de mim - nas palavras da missa! Um versículo era de Isaías, outro de Salmos, outro de Paulo. A experiência era prodigiosa. Eu queria interromper tudo e gritar: "Ei! Posso explicar o que está acontecendo a partir das escrituras? Isso é Maravilhoso! Não obstante, mantive minha posição de espectador, à parte até que ouvi o sacerdote pronunciar as palavras da consagração: "Isto é o meu corpo... Este é o cálice do meu sangue".
Então senti todas as minhas dúvidas se esvaírem. Quando vi o sacerdote elevar aquela hóstia branca, percebi que uma prece subia de meu coração em um sussurro: 
"Meu Senhor e meu Deus. Sois realmente vós!" 
A partir daquele ponto, fiquei, por assim dizer, tolhido. Não imaginava uma emoção maior que a que aquelas palavras provocaram em mim. Porém a experiência intensificou-se um momento depois, quando ouvi a congregação repetir: "Cordeiro de Deus... Cordeiro de Deus...Cordeiro de Deus" e o sacerdote responder: "Eis o Cordeiro de Deus...", enquanto elevava a hóstia.
Em menos de um minuto a frase "Cordeiro de Deus" ressoou quatro vezes. Graças a longos anos de estudos bíblicos, percebi imediatamente onde eu estava. Estava no livro do Apocalipse, no qual Jesus é chamado de Cordeiro nada menos que vinte e oito vezes em vinte e dois capítulos. Estava na festa de núpcias que João descreve no final do último livro da Bíblia. Estava diante do trono do céu, onde Jesus é saudado para sempre como o Cordeiro. Entretanto, não estava preparado para isso - eu estava na missa!

(O Banquete do Cordeiro, Scott Hahn - Pag 21/22)

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